domingo, 31 de julho de 2011

PLANETA MELANCOLIA-VON-TRIER

 
A vida não é um Youtube de ensaio. É  palco, erro e improviso.

A melancolia aprisiona o indivíduo, que, mesmo encarcerado, faz-se profeta e decreta fatalmente o fim da humanidade. Desterrada do tempo presente, a (in)consciência do melancólico se embriaga de passado e lança a impossibilidade de alterá-lo para o futuro, na forma de uma irremediável fatalidade.

Aqui, mais valem as palavras do profeta Leminski:

   O que o amanhã não sabe,
o ontem não soube.
   Nada que não seja o hoje
jamais houve.

O que a (in)consciência do melancólico, sujeito em estado narcísico-fatalista, não prevê é justamente o que nos cantou Waly:

Esgotado o eu, resta o espanto do mundo não ser
levado junto de roldão.

O fim da humanidade, para o melancólico, é o fim do melancólico para a humanidade.
                                                                                

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