sexta-feira, 22 de julho de 2011

TEMPO REI

Não me iludo
Tudo permanecerá do jeito
que tem sido
Transcorrendo
Transformando
Tempo e espaço navegando
todos os sentidos

Pães de Açúcar
Corcovados
Fustigados pela chuva
e pelo eterno vento

Água mole
Pedra dura
Tanto bate que não restará
nem pensamento

Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, oh pai, o que eu ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo
Socorrei!

Pensamento!
Mesmo fundamento singular
do ser humano
De um momento para o outro
Poderá não mais fundar nem gregos, nem baianos

Mães zelosas
Pais corujas
Vejam como as águas de repente
ficam sujas

Não se iludam
Não me iludo
Tudo agora mesmo pode estar
por um segundo

Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, oh Pai, o que eu, ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo
Socorrei!
                       
(Gilberto Gil)
                     

Nenhum comentário:

Postar um comentário