A melancolia aprisiona o indivíduo, que, mesmo encarcerado, faz-se profeta e decreta fatalmente o fim da humanidade. Desterrada do tempo presente, a (in)consciência do melancólico se embriaga de passado e lança a impossibilidade de alterá-lo para o futuro, na forma de uma irremediável fatalidade.
Aqui, mais valem as palavras do profeta Leminski:
O que o amanhã não sabe,
o ontem não soube.
Nada que não seja o hoje
jamais houve.
o ontem não soube.
Nada que não seja o hoje
jamais houve.
O que a (in)consciência do melancólico, sujeito em estado narcísico-fatalista, não prevê é justamente o que nos cantou Waly:
Esgotado o eu, resta o espanto do mundo não ser
levado junto de roldão.
levado junto de roldão.
O fim da humanidade, para o melancólico, é o fim do melancólico para a humanidade.