sexta-feira, 29 de junho de 2012

O CALCANHAR DA HUMANIDADE

   Apolo, o deus arqueiro,
Lançou duas flechas pelos ares.
     Uma, na direção do sonho,
A outra, da realidade.
     Velozes, zuniram melodias
E distanciaram-se do divino arco.
    
     Da primeira, feita de sonho,
Seu alvo era o velho Zenão.
     Avançou, ligeira e implacável,
Atravessou infinitas imagens,
     Transpôs os mais largos hiatos,
E ao destino, até hoje, não chegou.
    
     A outra, feita de realidade,
Percorreu lentos séculos de vida.
     Aproximou-se da voz mais antiga
E cravou no calcanhar da humanidade.
     O pé, ferido e inchado,
Transpôs o mais curto dos hiatos. 
        

Um comentário: