quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

SAIDEIRA

Ela lê, lê, lê e lê.
Obstinada e de pé.
Toma de assalto a autonomia dos meus olhos vermelhos.
Vontade de ser um texto interessante, escrevo,
como se fizesse à ilustre desconhecida
uma confissão patética de amor sincero.

Um cara se aproxima.
Gestos e palavras.
Assunto insondável.
Ela, enfim, põe de lado o livro
e, no rosto, um sorriso.

Dou mais um gole na minha cerveja
e maldigo meu estúpido coração.
      

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