E me perdi pelo mundo afora dentro do
tanto pensar
Pensamento feito gente que incandesce e
serena
Ao relento repetindo, lento, a leitura
das estrelas
Via láctea com feitio de berro pelo leite derramado
Então o mundo se perdeu em mim sem que
eu sequer ainda
Tivesse mesmo me achado em qualquer
canto, encostado,
Feito machado de fio finado, desafinado
de tão cego,
Feito cegonha que erra o destino por voar
morcego
Pelo caminho aéreo coberto de traições vaticinadas
Acendi o lampião do saber no escuro que o
silêncio encanta
E ouvi um verso muito pequeno e leve, feito
de chuva fina
Que umedece a sina da palha seca que
cobre a luz dos olhos
Me perguntei por onde o caminho leva,
enfim, se não eleva?
E por resposta a relva revelou a erva e
o verso medicinal
Na água quente do corpo que carrego e que,
de mundo, rego
Plantado neste jardim de palavras
terrenas e debalde
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