Ainda que com
olhares de belas ninfas a vida clame
De mim és diva
guia que soberana reina cruel
Destino que se
consuma sem tolo pranto e sem escolha
Que soem dos teus
exércitos de palavras firme tropel
Clangores do
ferro etéreo se avizinham da cidadela
Adiante soa a
trombeta a pôr guerreiros em prontidão
Mulheres se
desesperam e fazem preces a deuses pétreos
O sangue corre
nas veias, levitam alvos os pés do chão
Um brado soa
terrível, diz ser a vida diva batalha
Sussurros o
contradizem, sugerem diva a comunhão
O peito em
polvorosa retumba as rochas d’alta muralha
Trabalham os
duros punhos entre refregas e mansidão
Distante, muito
distante no bosque brincam ninfas travessas
Persegue-as com
teso caule o divo Pã, cascos de bode
Encenam entre
vinhedos do drama áureo versões avessas
Entoam da vida o
canto, versos satíricos, lascivas odes
Já longe vai a
batalha na cidadela dos tempos idos
Já mortos o
mercenário exposto e o rei, ambos irmãos
No bosque o som
da flauta soa prazeres consentidos
O sol no azul do
céu nos ilumina com seu clarão
Ó musa que me
consagra de ti humilde sou servidor
Rapina me traz a
águia de afiado bico guerreiro
Qual bípede sem
asas ou pluma vôo em seu louvor
Medita em mim
coruja de quedo olhar e sábio zelo
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