Há um lugar
Onde o tempo não
passa
No qual sou
cativo
Das minhas instituições
Nesse lugar
estranho
Arredio a
geografias e à rosa dos ventos
Sou o rei
espoliado
Que governa o
desgoverno do nada
Por puro prazer,
por puro engano
Há um lugar
Onde o tempo não
passa
E onde nada
passará
Onde a grama não
cresce
Onde o sol é
sentimento
Onde a esperança
é o bobo da corte
Zombeteiro e
desarmado
Esse lugar
Tem vivido em
polvorosa
Com o vaticínio
banal
De um vate
ancestral
- O rei cairá,
senhoras e senhores
Avizinham-se forças mundanas
Ávidas de danos concretos
E de melodias menos patéticas
Cercados estamos!
Não resistamos!
Em nome dos deuses
Não resistamos!
Se não resistirmos
Eles passarão!
Já adentra os
portões o divo cavalo
Que saqueiem e ateiem
fogo à cidade
Em que vivemos e
onde não estamos!
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