Em tom de troça, muitas vezes se cita Schopenhauer, que fazia o elogio do suicídio diante de uma mesa bem servida. Mas não vejo nisto motivo para brincadeira. Esta maneira de não levar o trágico muito a sério não é tão grave assim, mas ela acaba condenando o seu homem.
No apego de um homem a sua vida há algo mais forte que todas as misérias do mundo. O juízo do corpo tem o mesmo valor que o do espírito, e o corpo recua diante do aniquilamento. Cultivamos o hábito de viver antes de adquirir o de pensar. Nesta corrida que todos os dias nos precipita um pouco mais em direção à morte, o corpo mantém uma dianteira irrecuperável.
(Albert Camus, O Mito de Sísifo)
Sobre linguagem neutra e outras considerações
Há 5 semanas
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