terça-feira, 28 de dezembro de 2010

SALÁRIO, TEMPO E POESIA

Do tempo que nos sente a falta
Trabalho é quem o mais consome

Labuta a todos nós assalta
Subtrai o que é esquivo e insone

É pouco o tempo que nos resta:
Polígono de xis arestas

Sem gozo é como estar ALONE
Suando e franzindo a queixa

Quisera possuir-te à tarde
Gozar contigo a alforria

Fazer soar da inveja o alarde
Viver o que ninguém faria

À noite, então, reincidiríamos
Felizes, na falta de zelo

Fazer bravata dos conselhos
Orar ao deus do desmazelo

Chegada a hora em que se dorme
Enfim, amar o que é real

Vestir aquilo que nos torne
Bastardos filhos da moral

Já cedo, ao despertar da máquina
Salário: o senhor das máculas

Teu corpo é todo sonolência
O tempo faz de nós ausência
                                    

Nenhum comentário:

Postar um comentário