Do caule brota
pronta
A planta que me
espanta
Ramifica além da conta
Da semente se
agiganta
A raiz, que se avoluma
Enterrada no
instante
Suga o tempo, espessa bruma
Decompõe depois
e antes
Frutifica fruto tênue
De sabor extra-vagante
Já não sou quem era antes
Já de mim sou
pura afronta
Galho penso onde pousa
Assobio sem
passarinho
Tronco estranho no qual ousa
A ilusão erguer
seu ninho
Sobe
ao céu a fronde fátua
Sorve o sol e
azul fulgura
Saboreia a chama árdua
E despenca em
noite escura
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RAIZ
outra e tanta
despetalada
poesia:
enraizada árvore genealógica
reinventada
dos meus,
dos nossos
dias.
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REVOLUÇÃO, REVOLUCIONÁRIO
Imensa solidão
Avessa imensidão
Nem só, nem são
Solitário
Acrobata sem rede
Extra - ordinário
A dois palmos, o chão
E o deserto e a sede
Em meio à multidão
Literário
Vasto e triste
Charlatão de si mesmo
Alma em riste
Coração sem desejo
Falsário
Condenado de saída
Patíbulo ao encalço
Da comédia, a guarida
Da vida, cadafalso
Subversivo
Arbitrário
Nem solidão, nem solitário
Artesão
Inquebrantável operário
Poeta que inflige
à ordem, a desordem
Ao mundo
O contrário
Revolução
Revolucionário
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REVOLUÇÃO, REVOLUCIONÁRIO
Imensa solidão
Avessa imensidão
Nem só, nem são
Solitário
Acrobata sem rede
Extra - ordinário
A dois palmos, o chão
E o deserto e a sede
Em meio à multidão
Literário
Vasto e triste
Charlatão de si mesmo
Alma em riste
Coração sem desejo
Falsário
Condenado de saída
Patíbulo ao encalço
Da comédia, a guarida
Da vida, cadafalso
Subversivo
Arbitrário
Nem solidão, nem solitário
Artesão
Inquebrantável operário
Poeta que inflige
à ordem, a desordem
Ao mundo
O contrário
Revolução
Revolucionário
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