essa é a tua razão,
ser para sempre a tua escolha.
Infância. Juventude. Crepúsculo.
Mas saiba, só os maduros morrem.
Disse:
E as crianças e os jovens?
Respondeu:
Vivem e matam, ora bolas.
Coro:
De surpreendente nada havia.
O tempo é a grande guilhotina
que cria o novo que envelhece,
e para sempre mata o que cria.
Olhei, de olhos fechados, o daemônio.
Ele me olhava e sorria.
Disse:
O que pode a infância contra o crepúsculo?
Respondeu:
Ser espelho invertido.
Um vida, um morte.
Um azar, um sorte.
Um luto, um melancolia.
Disse:
E o jovem, onde fica?
Respondeu, sobrancelha erguida:
Fica?
...tic, tac, tic, tac, tic, tac, tic, tac, tic...
Disse:
Ok! Dê-me o crepúsculo.
Respondeu, sorrindo:
Para isso, aprenda a ciência.
Disse:
Ciência?
Respondeu:
Sim, paciência.
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