Peregrinando por planícies que se expandem mortas
Viajante voraz do éter que à vida envolve véu
Da mansidão me despedi distante é a minha porta
Vagante eis me convidado aos negros olhos teus
Abandonado o continente o império, glória e queda
Troa da tribo a triste marcha tormenta tez e ti
Sentada sobre a rocha alta não sabes que te espera
O teu flagelo vindo de longe paixões, guerras, ardis
Como errante me aproximo da meta doce é o erro
Que me conduz pelas borrascas trilhas de terra e céu
Nos envolvendo de vez por todas seio cruel e terno
Fazendo meu o teu destino e o meu destino o teu
Terra morena, linda Bretanha salgadas ondas negras
Do navegante, na voz potente, o nume emergiu
Tomo-te o corpo, semeio o ventre te à primavera entregas
E à vertigem do torvelinho das estações o ardil
Incandescente é o calor subterrânea é a dádiva
Que avança sobre fronteiras bandeiras cidadãs
Bebamos barbaridades desta tragédia impávida
Que promete, a cada inverno, felicidades vãs
Como chegado enfim partido me chama a solitária
Estrela clara que, só, navega noturno peito atroz
A lua uiva a diva jóia e a mim consagra o pária
Que do éter fez morada longínqua e estranha foz